sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Verdades

 Achei isso aqui hoje.

Nem lembrava que existia, ou que já tinha existido, mas por um acaso divertido hoje eu terminei de assistir Skins e fui ler a respeito, o que me levou a um blogger. 

Diferente do que faço normalmente li todos os comentários, o que me levou ao campo "escreva um comentário", com a minha foto, e eu, curiosa, achei o domínio do blog.

Eu li alguns textos, mas nem tive coragem de abrir outros. Por que isso acontece? Essa vergonha de ler o que eu já tomei coragem pra postar?


E acima de tudo, por que eu tô escrevendo publicamente hoje? Isso diz algo sobre mim que na adolescência eu não sabia, mas que a essa altura já descobri faz tempo: quando eu tô feliz e satisfeita eu não posto. Nem sequer escrevo. Se eu tô postando é porque tem algo de errado!

Só que eu tô vivendo dias ótimos, semanas ótimas, meses ótimos. Quase tudo na minha vida tá perfeito! E tem uma coisa, pequenininha, escondida atrás de um móvel empoeirado no qual eu quase nunca chego perto. É uma coisinha tão pequena... Eu já falei sobre com algumas amigas, mas nunca pus a verdadeira força que ela exerce sobre mim.

Hoje eu me abri sobre essa coisa com a psicóloga, e foi como gritar pra todos os lados que ela existe.


Acho que o maior medo em abrir os posts antigos é descobrir que meu estilo de escrita segue o mesmo. E se a forma como escrevo é a mesma é porque me expresso igual. Como eu posso me expressar igual àquela menina que de tão diferente de mim, nem parece a mesma pessoa? Nas memórias, me vejo assistindo a um filme onde a estrela é outra pessoa. Uma amiga próxima, talvez, mas jamais Alana.


Toda a minha vida consistiu em buscar a aprovação dos outros. Uma aprovação que os outros nem sabiam que eu buscava. Quantas coisas fiz, ou deixei de fazer porque o outro pensaria que estava errada... Como eu ousava pensar saber o que o outro pensa? Sente? Espera?


Não posso dizer que me livrei disso.

Mas posso dizer que hoje, antes de tomar uma decisão, penso no que EU penso, sinto, espero. E minhas vontades têm ao menos 50% de responsabilidade sobre minhas decisões. Isso é bem mais do que tive em toda a minha vida.


Isso me leva à coisinha.

Eu amo minha profissão, mas ela é muito ampla. Eu sinto que todo o tempo de graduação, e um pouco da pós-graduação dediquei a estudar o que as outras pessoas acham que importa. E não é que eu acho desimportante, mas é que não é o que eu quero pra mim.

Agora eu sou medíocre no que me importa. Eu acho que sou realmente boa, talvez até acima da média no que eu estudei. Mas não é o que eu amo. E não sei quase nada do que eu amo. E me sinto travada agora pra correr atrás.

É que já gastei muito tempo com a universidade, e não tenho mais saco, mas se não me dedicar agora, vou ter que trabalhar com algo que não quero.


-> talvez a vontade de trabalhar no comércio seja a minha oportunidade de me reinventar. talvez seja a minha vontade de fugir. eu não saberia dizer.